domingo, 4 de abril de 2010

A arte pela arte


Toda manifestação artística é o desenho da alma virada do avesso. Desde a mais comercial até as que não tem nenhum intuito lucrativo. Isto é, tudo aquilo que é objeto de criação, ou até mesmo o que é visivelmente copiado do que já é existente, mas passa por um processo de apropriação, é a mais genuína representação do indivíduo despido de qualquer censura, dando voz ao inconsciente que sequer ele conhece a fundo. Deste modo, toda obra é reflexo de seu criador, ainda que criador e criação pareçam substancialmente distintos.

Por isso, não me sinto no direito de classificar uma obra de arte como boa ou ruim, porque seria como enjaular o direito do outro de manifestar-se, seria como intitular e qualificar a essência do criador, num processo mecânico, industrial, ilustrado com flashes de "Tempos Modernos" de Chaplin, numa ausência completa de sensibilidade e compreensão. Portanto, me limito a classificar a criação alheia de duas formas: aquelas que contem elementos que me agradam e as que não me agradam. Note que o uso do pronome deixa claro a particularidade que me acerca.

Escrevi isso para tentar me livrar um pouco da culpa pela incapacidade de ser imparcial, o que ficará claro nos próximos três textos, resenhas críticas dos três últimos filmes que vi.

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