
“A Órfã"
Direção: Jaume Collet-Serra.
Elenco: Isabelle Fuhrman, Vera Farmiga, Peter Sarsgaard.
Ano de lançamento: 2009.
Após perder a filha em um aborto natural, o casal cujo nome não me recordo resolve adotar uma criança, embora já tenham dois filhos - um garoto pentelho e uma garota surda. Em um orfanato, conhecem a russa Esther, uma criança de 9 anos, portadora de altas habilidades que os encanta com sua maturidade, talento e domínio das palavras. Sem saber nada da origem da criança (apenas que ela foi deixada no orfanato após a morte de toda a família em um incêndio), o casal a adota e aos poucos percebe que uma sucessão de acontecimentos macabros acontecem quando a menina está por perto.
Ao longo do filme, Esther mata a machadadas uma freira, quebra o próprio braço propositalmente, ameaça os irmãos com um revólver e, num tom psicopata retrata todos seus crimes em desenhos aparentemente infantis, que quando vistos sob a luz negra mostram a representação de todos os planos assustadores da garotinha. A mãe é a única a perceber que há algo errado com Esther, afinal, o pai está muito distraído sendo seduzido numa espécie de pedofilia incestuosa inversa.
Por um instante, pedi aos céus que o filme tivesse um desfecho interessante, afinal, tratava-se de uma criança monstruosa, era no mínimo curioso, interessante, afinal, mesmo as crianças mais maldosas do cinema são sempre influenciadas por uma força maligna, enquanto essa era genuinamente ruim. Como todo filme de terror, o final conseguiu ser pior que a fotografia nada inovadora e que o enredo mal amarrado. Esther sofria de hipopituarismo (aquela doença onde os anos se passam e a pessoa continua com aparência infantil) e tinha 33 anos. Ela amarrava faixas para esconder os seios e usava uma dentadura infantil. De repente a criança cruel virou uma anã despeitada por ser rejeitada pelo pai adotivo, por quem nutria desejo sexual. O final do filme foi uma mistura do mal uso da montagem paralela de D.W. Griffith com o estilo perseguidor/perseguido de "Sexta-feira 13", onde o Jason era uma garotinha mal caracterizada como adulta.
A única coisa que posso dizer é que, se o objetivo do roteirista e do diretor era assustar os espectadores, pelo menos a mim eles conseguiram. Não com as cenas feitas em luz de meia penumbra, com os efeitos sonoros típicos dos filmes de terror ou sequer com os cortes frenéticos, mas com a total falta de qualidade, com a incapacidade de amarrar os fatos, de traçar um rumo para a história e principalmente, com o final que conseguiu ser pior do que aqueles previsíveis em filmes do gênero (tal como em "A Casa de Cera", do mesmo diretor).
O susto maior veio certamente quando olhei no relógio e percebi que passei duas horas sentada no pufe pêra aqui de casa, que era madrugada de um domingo pra segunda, que eu iria trabalhar no dia seguinte e que aquilo não era uma piada.
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