sexta-feira, 19 de março de 2010

1/2 palavra basta


Algumas coisas exigem muitos argumentos e até uma certa prolixidade, outras são tão simples (ou tão complicadas) que quanto menos se diz, mais claro fica.
Acredito que quando se trata de sentimentos, principalmente daqueles que não conhecemos muito bem, meias palavras são capazes de compor um enredo inteiro.

É engraçado, mas eu vejo beleza no jeito que você olha, no jeito que sorri, na sutileza inconfundível que só você tem.

Você não precisa dizer nada quando olha de perto, frente a frente. Seu olhar é tão penetrante que qualquer palavra ficaria perdida se fosse dita.

Você não precisa sequer olhar muito tempo quando sorri, um sorriso confiante e tímido, com o canto da boca. Seu sorriso é tão cheio de alegria e ao mesmo tempo tão inesperado, exclusivo, sincero, do tipo que jamais viria se a alma não se encolhesse um pouquinho e desse passagem pra ele chegar.

Me encanta a sutileza com que você começa um assunto, sem jamais pretender terminar, sem dar muita importância, num tom blasé, mas ao mesmo tempo deixando claro que aquele frame de segundo não poderia lidar com o puro silêncio. Cada meia palavra, monossilábica, soprada, quase uma onomatopéia sussurrada que você diz parece fazer parte de um conto, parece uma história pronta toda desenhada.

E na sua história que eu inventei, é você quem escolhe no meio do enredo o olhar, o sorriso, e principalmente a frase aleatória que, num curto segundo, irá ecoar.

O importante no final do dia é que eu lembro do seu olhar, lembro do seu sorriso, lembro das poucas palavras, lembro de você... e uma coisa boa acontece aqui dentro, dentro de mim, uma coisa difícil de explicar. Só sei que dá vontade de sorrir pra todo mundo quando começo a lembrar.
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