quinta-feira, 18 de março de 2010

Bola de neve


Sempre fui extremamente crítica em relação a todas as coisas, mas ultimamente, tenho me concentrado muito mais em encontrar as soluções para os problemas do que em aponta-los sem tentar resolve-los. Desse modo, percebi que a inteligência e o diferencial não está em enxergar o que é ruim, mas em transformar isso em algo bom. Simples:

Se você está no meio de uma avalanche, amarrado por uma corrente a uma outra pessoa e percebe que há uma bola de neve vindo rapidamente na direção de vocês, o que você faz?

a) Fica parado em frente a bola de neve, tentando se desprender de seu acompanhante, reclamando da existência da bola de neve e procurando o culpado pelo seu surgimento.
b) Sai da frente da bola de neve o mais rápido possível junto com seu colega de desastre para não ser atingido?

A resposta parece óbvia! Oras, você sai correndo com a outra pessoa, afinal, duas pessoas correndo na mesma direção e trabalhando em conjunto tem mais chances de sobreviver do que se cada uma perder tempo correndo para lados opostos, tentando se soltar uma da outra e procurando culpados pela má sorte.
Mas na vida real, por incrível que pareça, a resposta não é tão óbvia assim. Suponhamos que a pista de neve seja uma das instituições que nós frequentamos (escola, faculdade, trabalho, etc), que a pessoa a quem estamos acorrentados seja alguém com quem convivemos no ambiente pensado anteriormente, e a bola de neve representa os problemas do cotidiano.
As pessoas costumam enxergar a bola de neve somente quando ela está muito perto e ninguém percebe que não há como dete-la, quando ela já está grande e em movimento. A única solução é descobrir onde ela começa a ser formada e impedir que isso aconteça. Os problemas de qualquer instituição tem origem no topo da pirâmide, mas para quem está embaixo é muito mais fácil culpar aquele que está na base com ele, sofrendo tanto quanto ele com as consequências da vinda da bola de neve, do que olhar para cima, escalar a pirâmide e consertar as coisas desde o início.
O que as pessoas não percebem é que, elas como "base" da pirâmide, ao se atacarem, deixam de trabalhar em conjunto e se desestabilizam, derrubando toda a pirâmide. Se elas não podem sair da base onde estão, porque precisam segurar todos que estão acima, resta a única opção plausível e lógica: elas devem se unir, para que seja mais fácil e lucrativo driblar a bola de neve e sustentar a pirâmide.
O grande problema é exatamente esse. É muito mais simples enxergar a bola de neve do que esquivar-se dela. É muito mais prático culpar o outro, do que ajuda-lo a encontrar uma solução para o que está ruim. E desse modo, a pirâmide continua balançando, ora pra direita, ora pra esquerda.
Os poucos seres dotados de alguma lógica ou inteligência driblam a bola de neve do jeito que podem e carregam com eles aqueles que atuam como um peso morto, porque infelizmente a capacidade mental limitada destes não lhes permite enxergar além da bola de neve.

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