quarta-feira, 5 de maio de 2010

O último castelo de areia

Acho que essa é a primeira vez que me comprometo a escrever pouco e realmente cumpro.

Não tenho palavras, não sei se alguma descreveria exatamente como me sinto por dentro. Apenas o silêncio. Quando a dor é muito grande, as lágrimas e as palavras ficam travadas, guardadas, alojadas bem na passagem da garganta.

Eu pensei que tivesse tudo sob controle, mas nada disso era sobre mim, nada disso era acessível ao meu próprio controle. Uma única certeza eu tenho: não há ninguém que eu realmente admire no mundo, porque até mesmo o herói no qual você se projetou a vida inteira, quando virado do avesso é podre, tão podre quanto qualquer vilão.

Eu sinto sua falta, talvez se você estivesse aqui você saberia o que dizer. Ou não, afinal não é sobre você também. É sobre o castelo de areia que eu fiz de tudo para reconstruir depois da subida da maré e que agora você está chutando, chutando, chutando...

...destruindo, destruindo, destruindo...

Eu não quero ir embora, mas talvez seja menos doloroso do que ficar e assistir o final que você escolheu para o castelo que era só nosso e que hoje você faz questão de derrubar.

Obrigada pela dor, eu achei que já havia sentido toda a dor possível, mas você veio de mansinho me surpreendendo e mostrando que justo de onde eu menos esperava, a dor estava pronta pra me afogar.

Será que o respeito que eu tinha por você um dia vai voltar?

Hora de tentar lembrar de um nome, um telefone, um email, um lugar pra onde correr se eu não puder mais ficar.
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